Praticando a igualdade: secretária Delma Ker aguarda momento da palestra sentada com os estudantes
Além da aquisição de conhecimento sobre a neurodiversidade, a convivência com a diversidade em suas diferentes faces é que faz uma pessoa se tornar melhor a cada dia. A visibilidade e a participação plena (inclusão) de pessoas com deficiências em todas as esferas sociais é um passo muito importante para o desenvolvimento dessas pessoas que nasceram com algumas mudanças genéticas que as fazem parecer diferentes.
Veja vídeo no link abaixo:
“Quando a gente tem alguém diferente no nosso meio a gente é igual a ela, porque, cada um de nós é diferente do outro, então nossas diferenças acabam nos tornando iguais, ou seja, únicos”, explica a secretária municipal de Educação, Delma do Carmo Ker e Aguiar, que proferiu palestra nesta quinta-feira, 31, na Escola Municipal João Bastos, sobre o autismo e inclusão de aslunos com necessidades especiais nas escolas, na semana em que se comemora o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril).
A secretária aproveitou o momento para interagir com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental, convidados para assistir a palestra e conversou bastante com o convidado especial, o fantoche Chocolate, que representou uma criança autista e negra, duas diferenças sociais que costumam provocar reações adversas nas pessoas que se consideram ‘normais’.
Com cinco alunos convidados, ela mostrou de forma didática o que, geralmente acontece com as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cada criança representou um sentido - audição, olfato, paladar, tato e visão – e ela pediu que cada uma tocasse nela, expressando depois o que cada sentido provocava de reação em seu corpo e mente.
“A diferença do autista é que ele, muitas vezes, recebe os estímulos de todos os sentidos de uma só vez e isso acabando provocando reações físicas como balançar a cabeça para a frente e para trás, agitar os braços”, explica.
“Agente pensa que nasceu normal e prefeito, mas podemos sofrer mudanças ao longo da vida e termos que nos adaptar a essas mudanças. A escola foi feita para isso, também. Para ensinar equidade (igualdade) e respeito para com as diferenças”, ensina.
Por fim, a secretária lembrou que o município tem hoje um grande número de pessoas com necessidades especiais, não apenas o autismo, mas deficiências físicas e motoras e altas habilidades (hiperatividade), entre outras, que precisam de cuidados especiais.
“Só no João Bastos, temos hoje, 70 alunos com necessidades especiais, 12 deles com autismo e, nosso objetivo, tanto da secretaria como um todo, quanto dos profissionais que trabalham nas escolas, é acabar com o preconceito, fazer com esses alunos e alunas se sintam parte do todo e consigam desenvolver suas habilidades cognitivas e sensoriais.”
As professoras que atendem à Sala de Recursos do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na João Bastos, destacam que a escola é uma das mais bem equipadas para atender os estudantes com necessidades especiais.
Além da sala de recursos especiais, os estudantes também podem extravasar sua criatividade com o apoio da professora de Artes, Flávia Lemos. “Temos aqui muitos trabalhos deles, que gostam das nossas aulas e fazem coisas incríveis, como pinturas e artesanato”, destaca ela.
Patrícia Saldanha e Larissa Gonçalves, foram as organizadoras da palestra da manhã desta quinta-feira na escola, com total apoio do diretor, Rodrigo Cirilo.
“(Estamos plantando) Sementes de conscientização e inclusão, espalhar gotinhas de amor. Em outras palavras, a EM João Bastos, através da sala de Atendimento Educacional Especializado está promovendo ações sobre a inclusão e também abordando o tema autismo, tendo em vista que em 2 de abril se comemora o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo", diz a nota da escola.
“Nosso trabalho é realmente promover a inclusão desses alunos, ajuda-los a desenvolverem suas habilidades e também atendermos às necessidades especiais de aprendizagem”, descreve Patrícia.
Já o diretor Rodrigo Cirilo salienta que a João Bastos é a maior escola do município, em número de alunos e, por isso, também abriga maior quantidade de estudantes com necessidades especiais. “Quase 10% dos nossos 780 estudantes têm alguma necessidade especial e, boa parte deles são autistas e já adolescentes, o que requer um cuidado ainda mais especial e, para isso, temos aqui um grupo de colaboradores e colaboradores específicos”, finaliza.
Sobre o Dia Mundial de Conscientização do Autismo
A data, estabelecida em 2007, tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
Os transtornos do espectro autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. As pessoas afetadas pelos TEAs frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, e vai de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.
Embora algumas pessoas com TEAs possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas. As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores. As intervenções voltadas para pessoas com TEAs devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores.
Sintomas
De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:
– ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
– o paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
– domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.
Tratamento:
O autismo é um transtorno crônico mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.
* Com site diversa.org.br
Receba novidades por e-mail ou siga nossas redes sociais
De segunda a sexta, das 8h às 11h e 13h às 17h
(27) 37568000